terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Vigésimo Nono Capítulo - De um Novo Ano

A chegada de mais um ano traz, invariavelmente, a necessidade de fazer o balanço do que passou e, principalmente, de formular promessas e resoluções para o futuro.
Não é o que pretendemos, aqui.
Preferimos lembrar que um ano novo começa a cada alvorada, a cada momento.
Que sempre é tempo de ser feliz e solidário.
Que alegria não ocupa espaço, nem envelhece.
Que dividir é melhor que acumular. Que a compreensão abrilhanta e a intolerância apequena, amesquinha, degenera.
Um ano tem trezentos e sessenta e cinco dias de vinte e quatro horas, cada uma com sessenta minutos. É um monte de oportunidades para recomeçar. Vamos aproveitá-las.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Vigésimo Oitavo Capítulo - Da Esperança

Dela se diz ser a última a morrer - um ditado, aliás, contraditório por chamar a atenção para seu fim e não sua permanência.

Porque é a permanente renovação da esperança que faz da espécie humana este exército de otimistas que todos somos - mesmo que não todo o tempo, mesmo que reclamando, apontando defeitos ou criticando, pois isto também faz parte da dita espécie...

Basta ver o clima de expectativa que cerca a entrada de um novo ano - tecnicamente apenas a mudança do calendário - para perceber o fio de esperança que une as pessoas.

Eu não sou exceção. Espero, em 2008, encontrar mais solidariedade, condescendência, respeito e boa vontade. Espero encontrar mais gente disposta a resolver suas diferenças em conversa franca e não à bala. Espero ver mais crianças de verdade vivendo a sua infância e não sendo mini-adultos; espero ver a web sendo um espaço de saudável convivência e não uma tribuna a exaltar preconceitos e diferenças. Espero continuar sendo digno do amor e da amizade de tanta gente - próxima e distante - e que toda esta gente espere o mesmo de mim.

Espero encontrar mais gente como seu Expedito, morador de rua capaz de dividir um sanduíche com quem tem ainda menos sem esperar nada em troca...

domingo, 4 de novembro de 2007

Vigésimo Sétimo Capítulo - Da Cumplicidade


Cumplicidade há de inúmeras formas. Existem as cegas, as mal-intencionadas, as ternas.
As eternas.
Casamento devia ser uma delas - nem sempre é.
Porque casamento é muito mais que morar junto. É dividir, compreender, relevar, buscar a felicidade do outro - até porque é o mesmo que buscar a sua...
Casamento não é formalidade, embora tenha rito. É intenção, manifestação plena de vontade, viver em conjunto.
Não o casamento, portanto, que gera a cumplicidade. É o amor, o carinho, a ternura, a dedicação que o fazem. O casamento só se beneficia dela.
Que vocês tenham pelo menos um momento de cumplicidade por dia. Todo os dias. Até o fim dos tempos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vigésimo Sexto Capítulo - De Presenças, Chegadas e Partidas

Dois lados da mesma viagem, já diz a canção. O que ela não explica é gente que consegue estar presente, mesmo distante. Porque isto é atributo de poucos e bálsamo nestas nossas vidas que nos levam de um lado para outro, sem prévio aviso.
Guarde nos olhos tudo o que viu, nas papilas o que provou, no coração o que percebeu desta gente, dos sorrisos desta terra e da outra, tão hermana.
E volte, bem-vindo sempre.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Cecilia Bartoli - Mozart - Nozze di Figaro - Voi che sapete

"Voi Che Sapete" - Le Nozze di Figaro - Mozart

Voi che sapete
che cosa è amor,
donne vedete
s'io l'ho nel cor.
Quello ch'io provo
vi ridirò;
è per me nuovo,
capir nol so.
Sento un affetto
pien di desir,
ch'ora è diletto,
ch'ora è martir.
Gelo, e poi sento
l'alma avvampar,
e in un momento
torno a gelar.
Ricero un bene
fuori di me.
Non so ch'il tiene,
non so cos'è.
Sospiro e gemo
senza voler,
palpito e tremo
senza saper.
Non trovo pace
notte, nè dì,
ma pur mi piace
languir così.
Voi che sapete
che cosa è amor,
donne, vedete
s'io l'ho nel cor

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Vigésimo Quarto Capítulo - Da Outra Primavera


Dos tempos de videogame, dos amigos imaginários, das bonecas e das longas conversas no berço, ficaram a convergência tecnológica, bichos de pelúcia, uma agenda telefônica imensa, as viagens, o trabalho, a vida nova.
Permanecem, sempre, a alegria, o amor pela polêmica, a ternura mal disfarçada, a prontidão em ajudar.
Todas elas juntas num só ser, nesta viagem do dia-a-dia.
Somos todos companheiros de viagem. Alguns ajudam mais, outros menos. Há quem se disponha a ser companheiro de todas as horas - a estes, chamamos de indispensáveis.
Que você só tenha destes em sua vida. De preferência, empilhadinhos...

sábado, 13 de outubro de 2007

Vigésimo Terceiro Capítulo - Das Chegadas

Primeiro foi Laura, depois, as gêmeas - Helena e Carolina, Carolina e Helena, pois há que cuidar de tratar a ambas com os mesmos privilégios - e, agora, o nobre Duarte, filho de Fidalgo e Isabel - tão rainha quanto a de Castela. Crianças que chegam e trazem consigo baldes de esperança.
Cada chegada destas abre um novo caminho que terá que ser por elas mesmas traçado, descoberto, palmilhado.
Que tenham suas vidas pontilhadas por pequeníssimas tragédias e imensas alegrias.
Porque cada chegada destas nos torna a todos melhores, mais capazes de amar, mais conscientes do fato de que, cada criança que nasce renova a fé que todos temos no futuro, apaga as manchas do passado, traz um frescor de dia que começa.
Cada criança que chega é uma possibilidade que torna tudo possível, provável, líquido e certo. Com elas e por elas, somos capazes de tudo, sempre a cuidar de seus passos e a seguir por seus caminhos, também nossos. Bem-vindos, todos.