sábado, 5 de maio de 2007

Capítulo Décimo Terceiro: Das Semelhanças e das Diferenças

Diferenças e semelhanças são a mesma coisa, só que diferentes. Ambas se relacionam com as distâncias, mas, ressalte-se, enquanto as diferenças as aumentam, as semelhanças aproximam.
Porque esta é a sua função. Diferenças dão limites, semelhanças incluem, partilham, compreendem - talvez por isso mesmo sejam sempre muito mais numerosas.
Basta atentar para o dia-a-dia de qualquer povo nas praças, nas ruas, nas casas. Todos queremos paz, prosperidade, ser felizes - só isso já bastaria para igualar-nos a todos.
E, aí, entram as diferenças. Por vezes, cruas, grossas, hostis, um "mantenha distância" demonstrado por pensamentos, palavras e obras; outras vezes, surgem travestidas de proteção à individualidade, do ser como se é.
Que engano! Semelhanças não atrapalham a individualidade. Pelo contrário, a tornam mais rica, trazem novas contribuições e a aprimoram. Porque o contato com o outro sempre deixa marcas. Mesmo aquele casual, rápido, comercial, descuidado como o se defrontar com alguém na rua que, naquele preciso instante, escolheu o mesmo caminho, vindo em direção contrária. Uma troca de olhares basta. Já não somos mais totalmente estranhos.
Há que aproveitar as oportunidades de descobrir as semelhanças - muitas, imensas, gratificantes - entre todos nós.
Porque fronteiras às vezes existem para proibir a entrada, mas, em se tratando de relacionamento entre os seres, no mais das vezes estão lá para impedir a saída.
Melhor escolher a troca generosa que engrandece do que o conforto seguro que apequena.

2 comentários:

Anônimo disse...

Por falar em semelhanças e diferenças, ontem fomos ver um filme alemão sensacional: A vida dos outros. É sobre o serviço de segurança nacional na antiga Berlim Oriental e a vigilância sobre artistas "subversivos". Um espetáculo de delicadeza e humanidade. Ontem o dia foi muito bom. Beijocas da filhota. Moms agradece o texto delicado e manda beijões.

R de Regina disse...

Agora que estou aqui releio este texto.
O motivo que levou você ao teclado.
Para mim, continua uma sensação de ter entrado na esquina sem saber sobre o quarteirão.
Aprendi muito,cresci de uma maneira diferente.
Aprendi com o Zé Amad muito.
Deste muito, usei desta vez o quase tudo.
Estou feliz por mim.
Grazie mille pelo apoio logístico.
Baci