domingo, 4 de fevereiro de 2007

Sexto Capítulo - Dos Sinais Gráficos


São uns incompreendidos. Há quem os considere completamente indispensáveis, inúteis, arcaicos. Nada mais distante da verdade. Sinais gráficos são distinções, uma espécie de DNA da língua escrita, conferem personalidade - mesmo que aqueles na faixa dos cinqüenta nunca tenham plena certeza se o correto é cores ou côres...

Sinais gráficos são injustiçados, são vítimas da ditadura da TV, que os considera dispensáveis até nos caracteres explicativos da barra noticiosa ou, pior, peca pelo excesso, salpicando crases e acentos agudos a seu bel prazer...

Não basta, porém, reconhecer sua existência. É fundamental perceber que eles trazem, em si, uma ênfase toda especial, que consegue atribuira à linguagem escrita todas as entonações características da linguagem falada, ao mesmo tempo em que sinalizam determinadas uniões que de outro modo não seriam percebidas.

São, portanto, mais que úteis, são essenciais.

Faz-se necessário um movimento em defesa dos sinais gráficos: todos eles existem e permanecem, a despeito de sucessivas reformas ortográficas, merecem nosso respeito.