Há quem as use com parcimônia, há os prolixos. Há os indignados, que delas fazem bandeiras, armas, tochas flamejantes. Há os cordatos, que as usam sempre em caixa baixa, meio a medo.
Há os agressivos, que buscam sempre as mais ponteagudas e as desferem com certeira pontaria, visando o ponto mais sensível e onde permanecerão alojadas pelo correr dos séculos. Há os amorosos, que não medem esforços para escolher e empregar as certas, aquelas que vão gerar um resultado mais que positivo.
Palavras são códigos, signos, ícones que trazem em si dois significados distintos e coexistentes. Um, objetivo, a definição da coisa em si, tal qual mostra o dicionário e que, presumivelmente, é entendido por todos os que dominem a língua.
Outro, o subjetivo, já implica outra história. Envolve a entonação - a roupa que a palavra escolhe para ir à rua - envolve experiências, vivências, traumas, lembranças, que atribuirão a esta mesma palavra um rótulo, um marcador que só você e aqueles com quem você compartilhar este segredo serão capazes de perceber.
Por isso mesmo, nem sempre a palavra de quem fala é a mesma de quem ouve, embora iguais na forma e no conteúdo objetivo.
Porque a diferença está onde sempre esteve: nas pessoas. Que, às vezes, conseguem traduzir todo este complexo emaranhado de emoções em suas palavras, às vezes não.
E que nem por isso desistem de lançá-las ao vento, na esperança de que encontrem ninho e permaneçam.
Um comentário:
10000000 em inteiro teor.
Poucos escrevem como pintam uma tela.
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